Os homens brasileiros vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De cada três mortes de pessoas adultas no país, duas são de homens. Eles igualmente são mais acometidos por doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial elevada.
Conforme a última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2019), mais de 57% dos homens estão acima do peso; 18% obesos; 7,8% sofrem de diabetes e 26,3% de hipertensão. O Dia Nacional do Homem, lembrado hoje, visa alertar para esse quadro e conscientizar sobre a importância da população masculina cuidar da saúde.
A mortalidade e a incidência de problemas são maiores nos homens porque, ao contrário das mulheres, eles tendem a não se prevenir e a procurar menos atendimento médico, afirma o médico urologista Daniel Elpídio Rodrigues da Silva, que atende no Hospital Evangélico de Sorocaba. Segundo o especialista, o principal motivo é a insegurança e o receio de descobrir doenças. Além disso, eles não consideram qualquer possibilidade de adoecer. Por isso, não se cuidam e não buscam os serviços de saúde. Ainda, quando se consultam e recebem o diagnóstico de alguma patologia, não seguem o tratamento indicado.
Outros fatores, como maus hábitos de vida, também são responsáveis pela maior quantidade de adoecimento e mortes na população masculina. De acordo com o estudo Vigitel, 12,7% deles fumam, 27% ingerem bebidas alcóolicas de maneira abusiva e 12,9% dirigem após beber. Esses costumes favorecem o aparecimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, bem como elevam o número de mortes por acidente de trânsito. Conforme o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SMI), do Ministério da Saúde, causas externas, a exemplo de traumas e lesões, são a primeira razão de óbitos entre homens. Na sequência, aparecem doenças do aparelho circulatório, neoplasias (cânceres), problemas do aparelho digestivo e doenças infecciosas e parasitárias.
As patologias, crônicas ou não, estão diretamente relacionadas à alimentação inadequada e a falta de exercícios físicos regulares, álcool e outras drogas, pontua o médico. Já, os traumas têm ligação com a maior exposição a acidentes de trânsito e de trabalho, além do envolvimento mais frequente em episódios de violência.
Para mudar esse quadro, o médico aponta como umas das medidas mais eficazes o incentivo à população masculina a realizar acompanhamento médico frequente. Conforme o urologista, a preservação da saúde e a prevenção a doenças devem começar antes mesmo do nascimento. “Por meio da medicina fetal, é possível avaliar a genética dos bebês em vida intrauterina e prevenir diversas doenças, com aconselhamento genético. Para os homens, a OMS recomenda exames preventivos anuais, a partir dos 40 anos. No caso de histórico familiar de doenças, a indicação é iniciar os check ups aos 35. Já, tabagistas, obesos ou acima do peso e com incidência de problemas familiares devem começar o acompanhamento aos 30 anos. Dos 50 anos em diante, todos devem passar por avaliações, pelo menos, duas vezes, por ano, indica a organização.
O principal exame a ser feito é o de próstata, para prevenir ou identificar precocemente o câncer. São feitos o toque retal e a avaliação do PSA (exame de sangue para medir os níveis de substâncias produzidas pela próstata). A análise deve começar aos 50 anos, mas, se houver histórico familiar, a partir dos 45. O mal é o segundo mais comum entre os homens. Nesse sentido, o autoexame testicular deve ser feito a partir dos 15. No banho, deve-se apalpar os testículos, para verificar possíveis anormalidades, como alterações no tamanho, forma ou dores.
A colonoscopia é igualmente essencial desde os 50, com intervalos de cinco anos. Ela detecta possíveis alterações no reto e intestino grosso. É eficaz na identificação de feridas, tumores malignos ou benignos e outras doenças intestinais. A partir dos 20, orienta-se, ainda, exames de sangue anuais para investigação completa e de urina, a fim de identificar problemas renais e diabetes, por exemplo. Já, aos 40, devem ser iniciados todos os exames cardiovasculares. São eles: aferição da pressão arterial, teste ergométrico, ecocardiograma, raio x do tórax e ultrassom do coração. Se houver suspeita de problema cardiovascular ou antecedentes familiares, o acompanhamento deve começar antes, frisa Daniel.
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