Fonoaudióloga elenca 10 fatores que comprometem a audição e fala sobre prevenção e tratamento da deficiência.
A diminuição da capacidade de escutar, chamada de perda auditiva, é uma condição em que os ouvidos, ou alguma outra parte do corpo relacionada diretamente ao processo de audição, sofrem com alguma interferência ou doença que prejudica o seu correto funcionamento. Por ser um sistema complexo, são inúmeros os fatores que podem influenciar negativamente e provocar a deficiência auditiva.
Dra. Vanessa Gardini, fonoaudióloga da Pró-Ouvir Aparelhos Auditivos, de Sorocaba (SP), elenca 10 causas da perda de audição, explica como elas ocorrem e fala sobre tratamento e prevenção. Confira:
1) Envelhecimento: a presbiacusia, ou perda auditiva por envelhecimento, acontece porque as células dos ouvidos vão morrendo com o passar dos anos ocasionando uma perda degenerativa. A intensidade da deficiência varia de pessoa para pessoa. Somente o uso de aparelhos auditivos é capaz de corrigir o problema.
2) Ruídos elevados: a exposição constante a ruídos elevados também é um fator causador de perda auditiva. Ruídos superiores a 85 decibéis danificam as células ciliadas dos ouvidos, responsáveis por captar os sons. Os primeiros sintomas são conhecidos como fadiga auditiva, que é a sensação de ouvido entupido ou zumbido após um longo período de exposição, como costuma ocorrer após um show musical, por exemplo. Como a região é incapaz de regenerar, a repetição dos episódios de exposição a sons excessivos provoca perda auditiva definitiva.
3) Hipertensão: é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão arterial. Dentre os muitos prejuízos causados à saúde, está a perda auditiva. A pressão alta danifica os microvasos sanguíneos responsáveis por irrigar as células dos ouvidos, que ficam sem o suprimento de oxigênio e nutrientes necessário e morrem, provocando um processo degenerativo dos ouvidos.
4) Diabetes: de maneira semelhante à que ocorre com a hipertensão, o excesso de açúcar no sangue predispõe os vasos sanguíneos a lesões. A consequência disso é que as ramificações mais finas são justamente as primeiras a serem afetadas. São essas estruturas que deixam de irrigar adequadamente as células dos ouvidos, levando à perda auditiva. O controle do peso, da alimentação e a manutenção dos níveis glicêmicos adequados são maneiras mais efetivas de evitar complicações do diabetes, como a deficiência auditiva.
5) Traumas: acidentes, pancadas e perfurações nos ouvidos frequentemente provocam perda auditiva. Dependendo da gravidade da lesão, nem mesmo os aparelhos auditivos são capazes de reverter o problema. Por isso, todo cuidado é indispensável com a audição e a saúde em geral. Ao praticar esportes que possam geram impactos na região da cabeça, utilize o capacete. A mesma orientação vale para quem trabalha em ambientes perigosos ou anda de moto ou bicicleta.
6) Remédios: alguns medicamentos possuem efeitos colaterais ototóxicos, isto é, intoxicam os ouvidos, causando problemas de audição. No caso do tratamento quimioterápico, contra o câncer, por exemplo, o risco é previsto, no entanto, necessário, devido à gravidade da doença em tratamento. Em outros casos, o uso indiscriminado de substâncias, como a aspirina, sem recomendação médica, também pode causar intoxicação, que pode levar a danos auditivos que exigem o uso de aparelhos.
7) Produtos químicos: trabalhadores que estão constantemente expostos a produtos químicos, como: solventes, tintas e combustíveis precisam utilizar equipamentos de proteção individual, a exemplo das máscaras, que impedem a absorção dos vapores dessas substancias, que, assim como alguns medicamentos, possuem propriedades ototóxicas, que danificam a audição.
8) Radiação: os casos mais comuns de perda auditiva relacionada à radiação ocorrem em quem faz radioterapia para tratar tumores. No entanto, também pode ocorrer com trabalhadores expostos à radiação ou pessoas quem mantêm contato frequente com ambientes ou objetos contaminados.
9) Uso inadequado de hastes flexíveis: as hastes flexíveis, popularmente chamadas cotonetes, podem perfurar os tímpanos quando utilizadas inadequadamente, além de empurrar a cera para dentro do canal auditivo. Nos dois casos ocorrem prejuízos à audição, por isto, o ideal é evitar introduzir esse tipo de objeto nos ouvidos. Uma alternativa é utilizar a ponta da toalha umedecida para limpar os ouvidos.
10) Doenças virais: algumas doenças afetam diretamente a audição, como sarampo, meningite, rubéola e caxumba. Isso ocorre, pois as infecções atacam o nervo auditivo, ou as estruturas internas dos ouvidos, deixando sequelas como a perda auditiva. Mulheres grávidas que contraem essas doenças também colocam em risco a audição do feto, reforçando a necessidade da vacinação e dos cuidados preventivos, a fim de evitar essas doenças.
Fonte: Pró-Ouvir Aparelhos Auditivos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (15) 3231-6776.
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