Dores nessas regiões afetam 70% da população e podem levar à cirurgia.
Eles nos levam para todos os lados, aguentam nosso peso e suportam diariamente a pressão da gravidade. Com eles andamos, corremos, escalamos, dançamos. A todo momento, os 26 ossos e diversos ligamentos do pé são colocados à prova. Geralmente, damos a eles pouca atenção, até que um dia começam a acusar essa falta de cuidado. As dores surgem, seguidas de uma infinidade de problemas: metatarsalgia, joanete, fascite plantar, esporão, dentre outros. Muitas vezes, até o simples ato de calçar um tênis pode se tornar um desafio.
Segundo a Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (Abtpé), mais de 70% da população mundial sofre com dores nos pés e tornozelos. Algumas causas comuns são: uso de calçados inadequados, permanecer em pé por muito tempo, saltos excessivamente altos, prática exagerada de atividade física de alto impacto, sem orientação médica e preparo físico inadequado (maratonas). Esses motivos estão à frente de torções, distensões e têm a ver com o estilo de vida atual. Há 50 anos, por exemplo, a maioria das mulheres era dona de casa e não precisava ficar horas se equilibrando em scarpins no trabalho. “Além disso, existem outros agravantes, como o aumento da frequência das atividades físicas, da expectativa de vida da população e da obesidade, o que sobrecarrega os pés e tornozelos”, explica a ortopedista Dra. Marina Monteiro, especialista em cirurgia do pé e tornozelo da Ápice Medicina Integrada, de Sorocaba (SP).
A bailarina Beatriz Cortez, 22 anos, sabe bem o que a médica ortopedista quer dizer. Ela sofreu por anos com um esporão e calosidades provocadas pelo uso das sapatilhas de ponta. Precisou procurar ajuda médica e, atualmente, quando não está dançando, prefere manter os pés livres, ficando descalça ou com sapatos confortáveis.
Segundo a Dra. Marina, a maioria dos problemas nos pés tem prevenção. Cuidados simples como usar sapatos confortáveis, não abusar de saltos-altos, usar um tênis adequado para a prática do esporte escolhido, ajudam muito. “Os cuidados com os pés vão muito além da higienização”, ressalta ela.
A dor ou desconforto por um dia é um alerta, mas quando os sintomas persistem, é hora de procurar um especialista. “Apenas o médico saberá avaliar e classificar qual é o problema do paciente e indicar o tratamento adequado”, salienta a ortopedista.
Quando devo procurar um cirurgião de pés e tornozelos?
Prestar atenção nos sintomas pode evitar que o problema evolua para uma complicação maior. “Ignorar torna o tratamento mais complicado”, alerta a Dra. Marina, que listou uma série de sinais que devem ser levados em conta.
Atualmente, com a ampliação dos recursos existentes em exames, é possível realizar diagnósticos cada vez mais precisos e a evolução das técnicas cirúrgicas também permite uma recuperação mais rápida. “As cirurgias estão ficando cada vez menos invasivas, permitindo uma recuperação mais rápida. O objetivo é devolver a qualidade de vida para o paciente, para que ele volte a fazer suas atividades normalmente. Calçar o sapato não pode ser um problema. Tem que ser apenas o início da caminhada”, ilustra a especialista.
Olhar para os pés com carinho
Se os pés fazem tanto por nós, tratá-los com carinho e cuidado pode fazer toda a diferença. “É preciso aprender a olhar para baixo”, diz Welber Pinheiro, proprietário da All Pé, clínica de podologia em Sorocaba. “As pessoas chegam aqui queixando-se de estresse e dores, porque não deram a devida atenção aos pés. Uma massagem relaxante ou uma sessão de reflexologia revigora qualquer um”, comenta.
Weber explica que as técnicas aliviam a tensão, relaxando a musculatura e diminuindo a dor nos pés. Além disso, assim como a pele do rosto e do corpo, a dos pés também sofre com ressecamento e envelhecimento. “É preciso hidratar e esfoliar, o que não apenas deixa a região mais bonita, como previne fissuras e calosidades. Afinal, os pés merecem ser saudáveis e bonitos”, finaliza.
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